Rua Francisco Dutra, uma rua política

A rua Francisco Dutra, antes travessa teve seu nome mudado devido à especulação imobiliária na época do prefeito Jorge Roberto Silveira, o grande traidor local dos ideais brizolistas. Até a década de 60, os jovens tiveram uma infância baseada em jogos de futebol de rua, tacos de rua, bola de gude, pular carniça, esconde-esconde, bem como de soltar cafifas (termo só usado em Niterói para soltar pipas). Existia a guarda noturna, que com seus apitos tomavam conta de uma cidade pacífica e ordeira. Nela, mesmo após o golpe de 1964, intelectuais socialistas, como o filósofo Nelson Farias, que morava na rua Francisco Dutra, no número 96, no bairro de Jardim Icaraí, vivia harmonicamente com o líder maçom, que residia no número 104 da mesma rua. O delegado Péricles Gonçalves também morava na mesma rua, e mesmo tendo feito um curso de especialização no FBI, nos EUA, na época da ditadura militar. Vivia também harmonicamente com os demais vizinhos, à par das ideologias, pois tudo formava uma grande família cujos filhos foram criados juntos. No número 30 da Francisco Dutra, moravam uns bolivianos que todos desconfiavam serem foragidos da ditadura local, porém com o tempo, soubemos que estudavam em Niterói e eram parentes de funcionários da embaixada boliviana. Foram eles que em uma festa junina falaram que Che Guevara, o médico cubano que exportava a revolução, teria sido morto pelos Rangers (tropa de elite treinada pelos EUA) bolivianos devido à deduragem de camponeses pelos quais ele tanto lutava. No início não acreditamos muito nisto, porém com o tempo a história mostrou a veracidade das suas palavras.
Na mesma rua, jogava futebol com aqueles reis do conjunto MPB4, o filho do deputado caçado e torturado, segundo comentários, o Dr. Geraldo Reis, que era casado com Dona Marta, fundadora da Associação Fluminense de Reabilitação. Desta rua saiu também o estudante Paulo Roberto, que foi preso com José Dirceu no Congresso Estudantil da Bahia, sob a escolta do agente do DOPS apelidado de Brucutu, que teria se recusado a torturar o futuro chefe do mensalão e também traidor dos ideais socialistas.
Com a expeculação imobiliária, famílias foram desestruturadas, chegando até acontecer um caso de suicídio devido ao desgosto e mortes prematuras pelas mesmas motivações.
Mesmo no auge da repressão política, os moradores da Francisco Dutra se mantiveram unidos debaixo de um respeito político recíproco. Certa vez, o desembargador Braga Landes, deu voz de prisão à uma guarnição da Polícia Militar, que espancava um passante pobre que estava sem documentos, pois na ditadura  em Niterói, aconteceram muitas barbaridades que com o tempo, tornaríamos públicas e conforme foi dito no início do blog, o objetivo desta publicação é tornar pública muita coisa escondida sob o silêncio covarde de muita gente.

FHS

Fernando,
Fernandinho, Fernandão,
você foi o traidor da nação!
Fernando,
Fernandinho, Fernandão,
você foi o Rei da Traição!
Você não vale nem um tostão,
Politicamente falando!



José Dirceu e outros

O ex-guerrilheiro de "araque" e futuro poderoso ministro José Dirceu, no governo Lula passou a ser o chefe da Quadrilha do Mensalão, e envergonhando as esquerdas brasileiras, em especial aqueles que deram a vida combatendo a ditadura militar de 1964. Jovens morreram nas guerrilhas urbanas ou não. Nas prisões. Com torturas e muitos ficaram traumatizados para o resto da vida, acreditando nos ideais pregados por José Dirceu e Jesuíno.Jesuíno, que bem ou mal, pelo menos combateu na Guerrilha do Araguaia antes de entrar na Quadrilha do Mensalão. É público e notório em Niterói que José Dirceu, quando esteve em Cuba, "correu da raia" ao ser mandado cortar cana por Fidel Castro, junto com os guerrilheiros, mostrando assim nos idos 70 para os membros das esquerdas niteroienses que não passava de um "demagogo vestido de revolucionário", que caiu a máscara, por exemplo, ao consumir recentemente em restaurante "burguês", vinho avaliado em aproximadamente R$ 20.000, como um político "companheiro de bebedeira". Não é muito diferente de caráter político os acima citados e Fernando Henrique Cardoso, que cometeu crime de lesa à pátria entregando nossas riquezas para o estrangeiro, só escapando o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobras e por enquanto, a região amazônica. Muitos jovens morreram acreditando no poder destes "castelos de areia, que não resistiram a um maremoto do poder e corrupção". Porém, eles morreram dignos, em Niterói tive o privilégio de conhecer alguns, dentre os quais o Luís Travassos, não o do governo do traidor Jorge Roberto Silveira, e sim o Travassos capa da revista Realidade e procurado pela ditadura militar. Não era niteroiense, mas nunca se soube noticias do mesmo.

Aos estudantes do Pr-e-Golpe Militar

Estudantes puros,
Idealistas,
Sonhando com a justiça social com flores "nas mãos"
Amor no coração,
E no entanto a reação veio
Com as pistolas nas mãos!
Foi uma grande geração!
Meus respeitos a todos,
Mortos,
Vivos
Torturados ou não!

O manifesto estudantil publicado em março de 1964

A URE (união Renovadora Estudantil), partido político estudantil, filiado à FESNI (Federação dos Estudantes Secundários De Niterói), presidida por Emanuel Sader, e vinculada à UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundários), esta presidida por luís Sérgio Rosa Lopes, veio manisfestar através do seguinte manifesto abaixo, suas posições para a população niteroiense:
1. Que apoia o congelamento das anuidades escolares, contra os "tubarões-de-ensino" das escolas particulares;
2. Que apoia as reformas de base do presidente Jango;
3. Que apoia a reforma agrária pregada por Francisco Julião e as Ligas Camponesas;
4. Que apoia a nacionalização da indústria farmacêutica, dos Bancos e o fim da remessa de lucros para o exterior;
5. Que apoia a greve estudantil e os piquetes grevistas

obs: Os autores que assinaram o manifesto foram: Aires de Ataíde Barbosa, Carlos Portelli e Sérgio Lopes.
Os mesmos não sofreram maiores represálias porque eram maiores de idade e de famílias influentes, aliás, a repressão sob o comando de famosos "dedos-duros" estavam mais preocupados em sumir com líderes universitários, na UFE, presidia o diretório dos universitários o futuro deputado estadual José Augusto Pereira das Neves, ligado à ação católica popular. As sedes da UFE, UBES, URE, e FESNI, ficavam no centro de Niterói, no mesmo andar e prédio do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Nesta época o único colégio que não foi fechado pelos grevistas foi o Plínio Leite, que colocou capangas armados nas portas. Convém lembrar que hoje em dia bilhões de dólares são remetidos ao exterior.

Linhas Duras

Torturas e mortes
Coisas banais
Para homens carnais
Torturas e mortes
Feitas com dor
Pelo magnífico ditador
Até quando aguentar?
Para nossos filhos libertarmos
Desses corvos estarvos!
O povo grita não
Contra a ditadura
Contra a revolução
Queremos apenas viver
E ficarmos felizes só em ver
Pequenos pedaços de nós
Crescer
Chega de seita
E revolução
Deixe-me quieto em minha oração
Apenas preciso de minha religião
Cansei de opressão
Chega de revolução
Ditadura!?
Cansei de linhas duras...

Obs: Poema feito pelo jovem estudante e neto querido João Pedro Rangel Diniz.

Ninguém

Vê?
Vê? Ninguém assistiu a sua última deduragem!
Vê?
Ninguém assistiu as torturas sob a indicação do seu dedo polegar, com quatro dedos apontados contra você...
Vê?
Ninguém assistiu a sua última deduragem!
Vê?
Hoje te passas por democrático, revolucionário!
Vê?
Ninguém assistiu aos seus crimes!
Vê?
Hoje em partido socialista, tu militas!
Vê?
Ninguém assistiu sua traição!
Ninguém viu?
Ninguém

O relatório "Y", Peponni, a Eco-92, Pitangui eo futebol de areia na Prai De Icaraí

Pedro Henrique Matos, meu primo por parte de mãe, era filho do Tio Clóvis, um flamenguista, boa pessoa e a favor do golpe militar de 1964. Era dono da Construtora Guanabara e fez muitos prédios em Niterói, eu era um dos poucos sobrinhos esquerdistas( eram 15, aproximadamente) que tinha o privilégio de normalmente tomar com ele na sua casa a tradicional "sopa da meia-noite". Sua esposa Nelhi era católica, uma santa, que frequentava a Igreja Porciúncula De Santana como Irmã Franciscana.
Já o Peponni era ligado ao PCB de Niterói, e amante do Jazz, sendo profundo conhecedor da música e seus autores. Falava que os instrumentos conversavam entre si. Casou com Sônia, filha do jornalista Ari Coelho, diretor da editora Abril, era fotógrafo premiado internacionalmente pela Revista Quatro Rodas, sendo amigo do doutor Ivo Pitangui, publicando com ele o livro "Eco-92".
Quando estavam assistindo com amigos um jogo de futebol de areia na Praia De Icaraí entre Santa Tereza e Flamenguinho, falou-nos que tinha uma bomba. Nesta época brilhavam no futebol de areia futuros craques do futebol profissional como Gérson, Roberto e Jardel, dentre outros, pois os prefeitos não eram demagogos como por exemplo o prefeito Jorge Roberto Silveira e eram realmente autênticos.
O fato é que Peponni conseguiu um arquivo do SMI com o nome de agentes e informantes niteroienses que chamamos de "Arquivo Y".
O citado arquivo foi parar nas mãos de dirigentes do PCB, nomes como o de Luís Antônio Pimentel, Luís Rosas e outros eram bisbilhotados, infelizmente não conseguimos tirar fotocópias do mesmo por questão de segurança, pois o dirigente Rodolfo do PCB ponderou isto. Caso o Peponni não tivesse morrido, com certeza eu conseguiria uma cópia do citado arquivo, e o nome de muitos pseudo-esquerdistas atuais constariam e seriam publicados. O Bazuni era um dos informantes.

Uma perda de tempo

Uma das coisas mais ridículas que aconteceu no meio universitário da UFF foi a discussão bizantina na qual as esquerdas defendiam no Oriente Antigo as sociedades formadas pelo modo de produção asiática e a direita defendia a existência das sociedades hidráulicas. Na época de 1970, estudantes desapareciam, juntamente com professores e se ficava perdendo tempo com um assunto que não levava à nada, somente alguns poucos professores e alunos tiveram a coragem de criticar este assunto e conseguiram botar fim a esta degladiação infantil, lembrando a ausência de colegas e alunos nos seminários, concientizando então a todos para se tornar público as perseguições políticas acontecidas.
Futuramente detalharemos estes fatos para maior compreensão.

O refúgio da esquerda, guerrilheiras prostitutas, batata-doce, aipim-manteiga e fuzilamentos sumários

O jornal A Tribuna foi vendido pela família Cruz Nunes para o jornalista Jordan Amora, oriundo do jornal Última Hora e do Jornal Do Brasil. Ficava localizada no Valonguinho, bairro do Centro de Niterói, onde atualmente funciona o Plaza e adjacências. Ao seu lado existia o Hotel Imperial Reduto De Prostitutas. No jornal frequentava e trabalhava, dentre outros, Ari Guanabara, Antonino Marques, Continentino Porto e líderes esquerdistas como Ezíquio De Araújo, líder sindical e antigo super-intendente da SERV, companhia estatal que possuía ônibus rodando em Niterói à preços assecíveis. Posteriormente a SERV foi "sucateada aos poucos" por Joaquim Lavoura e pelo general Moredes, não existiam mas hoje em dia. Pedro Rubens Mandarino era também um líder sindical que lá trabalhava sob as asas protetoras do jornal. Ao lado, fugindo da polícia, que lhe extorquiam dinheiro, vindo do Hotel com várias prostitutas, se refugiaram na redação para não serem presas. Dentre elas existia a Carla e Verônica, guerrilheiras urbanas disfarçadas e com a proteção das "colegas de trabalho".
Em Niterói existia um senhor que vindo de Pendotiba no seu burro vendendo frutas e legumes nos bares da Zona Sul, junto com ele vinha o Mário, que disfarçado de ajudante vendia clandestinamente livros censurados para os interessados, sendo os da Editora Vitória os mais procurados. Posteriormente o mesmo, segundo o dono do burro, soubemos que ele foi fuzilado por um lambretista que o chamou de traidor. No Rinque de Niterói, na sala do PCB, levantou-se a desconfiança de que um argentino simpatizante seria informante. O mesmo desapareceu e teria sido exterminado sob esta acusação de agente da CIA. O delegado Sérgio Leury, agente à serviço da revolução, posteriormente teria, anos depois, também sido jogado de propósito ao mar a partir de uma lancha e não teria sido um acidente conforme o fuzilado.
O fato é que em Niterói todos sabiam que aqueles que fossem infiltrados nas esquerdas e seus aparelhos e fossem agentes, ou acusados de traição, poderiam ter um trágico fim. Aliás, isto aconteceu no Brasil todo, e seria um caso, ou melhor dizendo, vários casos que deveriam também ser apurados por quem de direito.

Uma panfletagem atual

Hoje em dia parece em certas ocasiões que vivemos na época da ditadura, pois panfletos anônimos ainda são distribuídos reservadamente:

                                                                            "ATENÇÃO"
Em 1980, o presidente de uma poderosa nação determinou ao general Tomaz P. Williams que constituísse uma comissão de alto nível para estudar e projetar o futuro desta nação. A comissão chegou a conclusão que em 60 anos os seus recursos estariam exauridos, e se a nação quisesse continuar poderosa, teria que garantir a qualquer custo esses recursos.
Criou-se a doutrina H.K. (sigla do nome do secretário de defesa autor da doutrina)
Nela está a estratégia para a conquista das maiores jazidas de petróleo (Oriente Médio, México e Venezuela). E os recursos estratégicos como: Ferro, Bauxita, Cassiterita, Nióbio, Urânio, Manganês, Madeiras nobres e principalmente Água, terão que ser conquistados à custa de um país ao sul do Equador (Brasil).
A poderosa nação não teria problema para vencer os exércitos regulares, dado seu poderio, mas, quando ocupa os países agredidos, a população armada causa grandes prejuízos, tanto material, como em vidas humanas. Por isto, foi criado um programa de longo prazo para desarmar a população dos países alvo. Seu serviço secreto e o de uma nação do Oriente Médio tem abastecido de armas traficantes e bandidos, enquanto seus agentes, comprando a consciência de figuras importantes da sociedade do país alvo, autoridades e principalmente a mídia, lançam programas de desarmamento da população.
Meu caro leitor, você pode não ligar para esta advertência, mas você estará condenando seus descendentes à miséria e a escravidão. Caso você se importe com o fato, faça três cópias xerox e dê a três amigos. Lembre-se que você pode deixar para amanhã, pode sentir preguiça, pode não acreditar. Eles contam com isso.

                                                                                                           Um brasileiro''

Este panfleto foi distribuído em Niterói e todas as áreas políticas e sociais recentemente. 
 

O Colina Clube e as panfletagens

Na casa do famoso médico Dr. Carlos Torthelli Costa, localizado na Rua Otávio Kelly 499, no sótão funcionava um clube de bairro chamado de Colina. o presidente era o seu filho Caio, que junto com outros jovens, participava da política estudantil, sendo membro da União Renovadora Estudantil, partido que apoiava o governo de João e as reformas de base. Quando o Jornal Última Hora publicou um artigo e um manifesto estudantil apoiando os sindicalistas, Dr. Carlos Torthelli, que era um homem de bem, e um médico que realizou 5.000 partos sem a perda de vida alguma,o mesmo falou que se quisesse, poderia processar o jornal, pois todos eram menores de idade. Em uma demostração democrática, não fez nada embora apoiasse a derrubada do governo. No Clube, se jogava ping-pong, futebol de mesa e se realizavam bailes, pois era localizado em uma mansão e todos eram jovens, alegres e idealistas. Uma parte da intelectualidade juvenil do bairro era associada. Também panfletos impressos em mineógrafos a álcool, que eram de protesto contra à direita, que era distribuídos, ou melhor, jogados em pontos estratégicos de Niterói.

Uma pedra no caminho

No caminho não tinha uma pedra,
Tinha tanques,
Fuzil...
No meio do caminho não tinha uma pedra,
Tinha homens armados,
Fardados...
No meio do caminho não tinha uma pedra,
Tinha prisões,
Fome,
Torturas...
No meio do caminho não tinha uma pedra,
Tinha guerrilhas,
Revolta,
Inocentes também mortos!
No meio do caminho não tinha uma pedra,
Tinha capitalismo selvagem,
Exploração do homem pelo homem...
No fim do caminho não tinha uma pedra,
Tinha a pedreira do amor,
Liberdade,
Democracia,
O sonho de um mundo mais justo,
Mas humano!
No meio do caminho...

Poema em homenagem aos que deram a vida sonhando por um país mais livre, democrático e nacionalista.


As torturas, prisões legais, clandestinas e a mudança do "Simões"

Na época ditatorial existiam reformantes com carteiras do DOPS, SNI e MAC(Movimento Anti-Comunista), com dizeres solicitando auxílio às forças policiais. Pessoas eram sequestradas sob a acusação subversivas e muitas de famílias ricas teriam sido vítimas de chantagens por quadrilhas que usavam o poder do Estado para a revolta dos militares, que passaram a puní-los. Em Niterói um elemento ligado ao DOI-COD teria sido expulso do exército por esta prática e se transformado em um "empresário". O livro "Tortura nunca mais!" tem a relação de muita gente. Existiam prisões clandestinas e oficiais, como a do Forte Santa Cruz.
Em Niterói, o estudante "Simões", por comentar na Praia De Icaraí, junto a amigos que conheciam os participantes do fracassado sequestro do Aeroporto Santos Dummont, foi levado por encapuzados em um Opala preto e sem chapa, sendo solto 20 dias depois por interferência de familiares. Nunca mais foi a mesma pessoa. Sons altos eram ligados a Delegacia De Ordem Política em Niterói para abafar os gritos dos jovens que eram espancados. Polícias Civis e até Guardas Municipais eram autoridades temidas.
Uma prática usada pelos carcereiros das prisões navais era a de colocar uma baioneta nas costas dos presos que ao evacuarem em valas comuns sofriam de prisão-de-ventre.
Com relação ao "Simões", se comentou na época que teriam aplicado o chamado"Soro Da Verdade" no mesmo para falar o que sabia e não sabia sobre o fracassado sequestro.

Católica

Fundada por Jesus,
abençoada por Deus.
Humana também,
com erros,
defeitos,
com homens e pecados...
Porém santa e una...
Posições humanas,
política,
Santa,
Carismática,
Espiritual.
Voz da liberdade,
direitos humanos,
democrática.
Combatida,
atacada,
porém firme!
Fundada por Jesus,
tendo Pedro como rocha,
não criada pelos homens!
 Esta conta não lhe será cobrada!

Poema exaltando a coragem da Igreja Católica, que ao contrário de muitas outras religiões, nunca se omitiu ou calou diante das torturas e barbaridades cometidas em uma época em que até padres foram mortos e perseguidos somente porque queriam justiça. Do Élder Câmara, foi um exemplo vivo deste apostolado, incomodou tanto a direita, como a esquerda

Arena, MDB, voto vinculado e extrapolando um pouco

O governo revolucionário de 1964 determinou e os políticos concordaram na existência de somente dois partidos. A Aliança Renovadora Nacional, com maioria absoluta no Congresso até o mais distante recanto nacional, era o partido do governo. O Movimento Democrático Brasileiro era uma oposição meio "de araque" que descaradamente aprovada tudo que o governo queria também. Cargos civis em todas as áreas estatais eram ocupados por militares. Existia porém gente digna em todos os partidos. Em Niterói, o deputado estadual Luciano Maia, dentro de suas limitações arenistas, ajudava quem podia, o Moreira Franco, um prefeito de Niterói pelo MDB, mantinha certa autonomia, porém cometeu o erro de no Campo De São Bento, dar cabo em dezenas de árvores seculares, para a revolta dos ambientalistas. O voto era vinculado, tinha que se votar desde o vereador ao governador, etc., etc., em um mesmo partido. O MDB era um verdadeiro "saco de gatos", agrupando desde guerrilheiros até fascistas não satisfeitos com a ditadura. Na Alameda Carolina, em Icaraí, os jovens se distraíam andando em carrinhos de rolimã e muitas vezes levando borrachadas da PM, devido a reclamações. Nesta rua foi encontrado por acaso, em uma casa abandonada pelos jovens, pastas com documentos do MAC( Movimento Anti-Comunista), que foram injenuamente entregues aos policiais. Na abertura política, Darcy Ribeiro era o candidato brizolista do Estado. Porém urnas saíram das seções eleitorais antes do prazo em carros particulares. Denúncias foram feitas em vão. Posteriormente, em conversa com meu amigo empresário e brizolista George Germain, homem digno e ligado à família medina da Arteplan, o mesmo me falou que teria ouvido comentários de que as urnas teriam sido trocadas pelos órgãos de informações para que Darcy Ribeiro não se elegesse e sim Moreira Franco.

Poema censurado

Jovens, idealistas,
Livros,
Debates políticos,
Conversas reservadas ao pé do ouvido...
Silêncio,
Torturas, prisões...
Geração oprimida,
Massacrada, frustada...
Fome,
Miséria,
Desigualdade social...
Morte e vida severina...
Torturas,
Prisões...
Cavalaria motorizada,
Bolas de gude, cavalos caindo
Fome, miséria, indústria da seca,
Josué De Castro,
Domínio do capital internacional...

Na época deste poema pré-censurado, o filho do jornalista Nelson Rodrigues, procurado politicamente, assistia a um jogo do Fluminense no Maracanã, só não foi preso porque um agente policial foi impedido de se aproximar do mesmo com a seguinte palavra pronunciada pelo Kléber, que conhecia de vista o então barbudo Nelson Rodrigues: "Você está maluco?! Viemos assistir futebol e você não tem nada que imaginar que está vendo fulano ou ciclano.". O Kléber era simpatizante do PCdoB. 

Tribuna da imprensa, a prisão do delegado Belot, a tática de contra-informação e um jogo de futebol.

Dono da Tribuna Da Imprensa, Hélio Fernandes, ligado ao capital nacional era o único jornalista que combatia abertamente a ditadura militar. Nesta época jogaram bombas na OAB, no Rio-Centro e na própria Tribuna da Imprensa. Frequentador da minha casa, o oficial Valnísio, braço direito do general Goubery, ficou admirado com a coragem do Hélio Fernandes, que por certo tempo rodou seu jornal em Niterói. Por perseguições, Hélio Fernandes foi várias vezes presos e infelizmente nunca se elegeu. O jornal do Brasil, já em certa decadência nesta época, administrado por poucos idealistas, tentou pedir dinheiro a um banqueiro do jogo-do-bicho em Niterói, como não conseguiu, fez campanha contra o casamento da sua filha, realizado no Clube Canto Do Rio.
Minha prima Lúcia Matos Marinho, casada com Edigar Guedes Pereira, sobrinho do general de quatro estrelas Aluísio Guedes Pereira e primo do capitão Gilberto Guedes Pereira, que servia no grupamento Leste em Niterói, sob o comando do seu pai, tinha posições democráticas.
Certa vez, o Gilberto Guedes, ao estacionar seu carro na garagem da 77ª Delegacia de Polícia Civil em Niterói, foi preso pelo delegado Belot, que não o respeitou. Consegui avisar ao seu pai na CR, no Centro e caminhões da polícia e do exército invadiram a delegacia soltando o oficial e levando o poderoso e arbitrário delegado preso para o Presídio da Fortaleza De Santa Cruz. O delegado Belot, ao ser preso, proporcionou sem querer a fuga de vários presos políticos que iam ir para o DOPS. Ao ser solto foi para Cabo Frio, onde proibia as mulheres de usarem biquíni. Porém era honesto. Nesta época, vários ex-terroristas davam testemunho na televisão dizendo do seu arrependimento e famílias de policiais eram mostradas na televisão dizendo que eles também eram humanos. Famosa firma comercial mostrava um caminhão usado como palanque e dizendo que esta época passou e que era negócio comprar seus produtos verdadeiros.

Os partidos estudantis, as lideranças castradas e o sistema prisional

Em Niterói os partidos políticos estudantis eram fortes, na federação dos estudantes secundários de Niterói, era presidente Emanuel Sader, que fazia ótima administração, inclusive os estudantes pagavam meia passagem em ônibus estaduais que já cobravam um preço bem abaixo dos particulares. Existia a URE (União Renovadora Estudantil), presidida pelo líder Aires de Ataíde Vermelinger Barbosa, que tinha forte influência na UBES ( União Brasileira Dos Estudantes Secundários), dirigida por Luís Sérgio Rosa Lopes, muito ligado ao presidente da UFE (União Fluminense Estudantil), de nível universitário, sob a administração do futuro deputado católico, José Augusto Pereira Das Neves, que foi posteriormente caçado no Ato Institucional nº5. As sedes dos partidos estudantis, que elegiam representantes nas escolas, ficavam na sua maioria no centro de Niterói, na Praça Do Rink, em prédio também ocupado pelo Partido Comunista Brasileiro.
Todos se uniram em uma greve pelo congelamento das anuidades escolares, porém, no Colégio Plínio Leite, um dos líderes educacionais da revolução, não se pode sequer tentar, pois apesar da ajuda dos operários navais, os estudantes foram intimidados por pessoas fortemente armadas.
Com o golpe militar, as lideranças niteroienses ou foram presas, ou simplesmente desapareceram, isto de um modo geral, sem falar naqueles que nunca mais quiseram participar da política, como o Aires e o José Augusto. Era uma época em que se comentava que os órgãos civis de informações, através do DOPS, incineravam os corpos dos militantes mortos nas salas de tortura em fornos de imprensas, cujo proprietários eram simpatizantes do golpe.

Presos na Vila Militar

Atendendo a um pedido familiar, fui sob a influência do general Goubery Do Couto e Silva, nomeado diretor do Museu Histórico Duque De Caxias, onde taquara existia a fazenda do patrono do exército brasileiro. Relutei e aceitei a nomeação como um desafio para meus ideais brizolistas. Duque De Caxias era considerada Zona de Segurança Nacional, vivíamos em plena ditadura e o coronel Renato Moreira Da Fonseca, era o interventor militar na época, e meu amigo Stéllio Lacerda, Secretário de Educação. Chegando no Museu, encontrei um urinol exposto como pertencente à Caxias, que ao ser enterrado, pediu para dois ex-escravos, levarem o seu caixão. Deu muito trabalho evitar que o utensílio colocado no Museu, com o título "pinico" fosse fotografado e publicado no Jornal Do Brasil por um repórter. Determinei a retirada do mesmo e isto evitou um mal-estar muito grande nos meios militares, que se sentiram com justa razão ofendidos. Junto com o niteroiense e museólogo Ulianov Pedrosa e com Stéllio Lacerda, fizemos um plano de preservação do Patrimônio Cultural de Caxias, que repercutiu nacionalmente.
Indo na Vila Militar, junto com o Pedrosa, o tenente Nelson, o motorista Pepê e com o advogado Márcio T.B, solicitamos via o coronel Júlio Molinas, para que o comandante general Coelho Neto, da 9ª Abrigada da Cavalaria Motorizada, cedesse um tanque usado para ficar de exposição permanente no Museu. Porém na sala em que aguardávamos o general Coelho Neto, amigo do coronel Renato, ficamos detidos e sozinhos por 10 horas, aproximadamente, sem poder sair, com civis, ou seja, militares à paisana, armados com metralhadoras portáteis. Quando o coronel Molinas apareceu, lhe falou que o advogado presente conosco e meu convidado pessoal para a reunião, era procurado pelo exército, sob a acusação de ter viciado a filha de um alto oficial da aeronáutica. Graças à interferância do Goubery e do coronel Renato, o dito cujo não ficou preso na Vila Militar, pois acompanhava pessoas da sua confiança. Foi criado um mal-estar muito grande entre o general Coelho Neto e o coronel Renato, com o tempo contornada. Me afastei do advogado e assim mesmo fui seguido muitas vezes pelo Serviço Secreto, sendo que após certo tempo, um deles se identificou comigo e falou que não tinha nada contra mim, o Pedrosa e o tenente Nelson nos Órgãos de Informações, porém me aconselhou a me afastar do advogado. Convém lembrar que o motorista Pepê ficou preso no Refeitório Dos Praças e levou um tapas ao querer sair na época da Reunião, e que o Pedrosa acabou não sendo nomeado museólogo no local. Eu continuei no cargo, era uma época muito violenta e que os membros do Movimento Negro em Niterói, queriam pintar a estátua de Caxias de preto, como protesto, convenci os mesmos a não cometer tal loucura, pois Caxias não era racista e os militares iriam atirar em quem cometesse tal desatino.
No Museu, todo dia 25 de agosto, fazíamos a comemoração da medalha do pacificador para autoridades civis e militares.

A morte dos ex-presidentes do Brasil

Ao contrário do que propaga uma parte da história oficial, os acontecimentos e fatos históricos do Brasil apresentam muitas coisas mau-esclarecidas e nossa história nunca foi tão pacífica, pois a morte de Getúlio Vargas, segundo uma amante Virgínia Lani, teria sido um assassinato, o general Castelo Branco teria o seu avião sido abatido por um caça pilotado por filho de um oficial caçado, João Goulart teria recebido uma injeção de ar nas suas veias em um hospital no Uruguai, Jucelino Kubicheck teve o carro massacrado de propósito por uma enorme carreta, Tancredo Neves teria recebido uma injeção de bactérias aplicada por homens vestidos de branco no hospital, Costa e Silva levou um tiro na barriga por não querer decretar o Ato Institucional nº 5, fruto da imaturidade política do deputado Márcio Moreira Alves, que fez com que o congresso acirrassem o ânimo das alas radicais militares. Tudo isto era falado nos meios políticos de Niterói e publicado em panfletos distribuídos "secretamente", digamos assim. Muita coisa na nossa história precisa ser revista e atualizada, de uma maneira imparcial. Após a morte de João Goulart, uns lambretistas, membros da famosa esquerda festiva, soltaram balões usados em festas juninas como protesto, ocasionando a repreensão das pessoas mais maduras, pois os fogos de artifício fora atirados em direção ao grupamento leste, o Forte De Gragoatá Do Exército, que para a surpresa geral, não tomou conhecimento de tamanha infantilidade.

Ouro para o bem do Brasil

Em uma época em que Niterói era uma cidade onde as pessoas se conheciam e as famílias moravam em casas arborizadas, com os cachorros de estimação soltos nas ruas, para passear a noite e chamados pelos donos a assovio para retornarem e que na Praia de Icaraí, os carros davam voltas, passeando nos fins de semana e que todos assistiam ao futebol de areia e o Clube De Futebol Canto Do Rio revelava famosos jogadores disputando, o Campeonato Carioca, sob o comando de Ibraim Suedes, Davinassa, Amaral Neto, Flávio Cavalcante e outros jornalistas e comunicadores a serviço do golpe militar de 1964, foi feita a Campanha Ouro Para o Bem Do Brasil, onde os patriotas deveriam doar até alianças de casamento para ajudar ao desenvolvimento nacional. Era um patriotismo imaturo e como folhinhas ao léu, não deu em nada e até hoje se questiona para onde foram as ditas toneladas de ouro arrecadadas, se é que existiram. Nos idos 60 e 70, a esquerda niteroiense, em retalhação aos cartazes colocados com as fotos dos ditos terroristas, que eram procurados pelos Órgãos De Informações, pregou fotografias de supostos informantes como procurados pela ditadura em pontos estratégicos de Niterói. Cartazes estes que foram devidamente eliminados pela Polícia, sob a tutela do famigerado DOPS, que bisbilhotava a vida de tudo e todos.
Nesta época existia uma famosa carrocinha de cachorros que recolhia os animais e os levava para o Instituto Vital Brazil, onde eram mortos caso seus donos não os procurassem. Como um dos motoristas desta carrocinha, segundo comentários, era um famoso "dedo-duro", estudantes esquerdistas e não-esquerdistas passaram a soltar os animais apreendidos e dar surras nos motoristas e funcionários municipais. Tudo era válido para se protestar. Com o tempo a carrocinha foi extinta e substituída pelos agentes da Zootecnia, que matam os animais vadios, dando cimento na comida dos mesmos, segundo se sabe. O desrespeito à vida animal e seres humanos não era privilégio da ditadura, em Niterói, no ano de 2012, sob um governo municipal dito esquerdista, os animais são largados, não tratados e menores abandonados moram nas ruas sem a ação municipal nenhuma.

Um poema clandestino

O poema abaixo, de autoria desconhecida, circulava de mãos em mãos dos opositores:

                                                             Ventos uivantes
Censura,
Tortura,
Prisões...
Liberdade do canto dos pássaros,
Da natureza, dos ventos uivantes,
De um povo oprimido, sem paz...
Liberdade no sonho das árvores,
Da guerrilha...
Da paz,
Do amor,
Dos ventos uivantes...
De um povo oprimido
Com torturas,
Prisões da casta opressora vestida de verde...

Foi em uma época em que o movimento anti-comunista queria explodir uma bomba no Instituto ABEL em Niterói, para acusar os movimentos da guerrilha urbana como responsáveis por tamanha monstruosidade. Porém, segundo comentários, militares normais botaram fim a tamanha insanidade. Este comentário corria nos meios opositores e dos favoráveis ao golpe militar, que não aceitavam tal absurdo.

O socialismo na educação

Na década de 70 um grupo de universitários alugou a parte noturna do colégio Oswaldo Cruz, em Icaraí, com o nome P.H.D. O segundo grau e o supletivo cobravam dos alunos o que eles poderiam realmente pagar, assim sendo as anuidades variadas e muitos faziam um pagamento simbólico. Mesmo assim a escola dava bastante lucro e o mesmo era dividido igualmente entre todos os funcionários, sendo que uma equipe do Miguel Couto fazia parte do Corpo Discente. Esperados na UniLabor, empresa católica de São Paulo, a escola ia de vento em poupa, chegando a incomodar concorrentes que colocaram espiões nas salas de aula na tentativa de desestabilizar o colégio.Certa vez no depósito, os professores encontraram obras de arte da família Albuquerque, que foram devidamente devolvidas aos donos do prédio, que como paga fecharam as portas da escola porquê não concordei em trair os sócios para ficar sozinho na sociedade.
Nesta época foi encontrado  por um aluno um arquivo no antigo IPS do SNI, que funcionava no último andar do prédio de previdência social, nas proximidades da Rua Doutor Celestino. O citado arquivo caiu de uma Kombi que fazia transportes e o mesmo foi entregue pelo jovem residente em Rio Bonito, local de onde vinham muitos estudantes do pré-vestibular, para um professor ligado ao PCB, vários nomes de pessoas influentes constavam na lista de informantes do SNI. Segundo comentários alguns atualmente se passam por ativistas de partidos tidos como progressistas. Infelizmente o arquivo desapareceu e não podemos "dar nome aos bois", como se diz na gíria.
O Colégio Oswaldo Cruz foi um sucesso quando arrendado sob o nome de curso P.H.D na época da ditadura militar, infelizmente não tínhamos registrado a razão social, e fomos vítimas da ganância e da falta de caráter de certos ditos educadores. Porém, ficamos satisfeitos por provarmos que é possível o lucro ser dividido igualmente entre todos os funcionários e ainda sobrar para depósito de reserva, e nunca termos mandado para a Secretaria De Educação uma listagem de 35 alunos nas salas de aula, quando as mesmas possuíam aproximadamente 60 alunos em cada sala, assim sendo; não fraudamos a tabela sindical e temos orgulho da luta realizada pela educação. E por uma coincidência, o arquivo do SNI ter sido entregue a um opositor. Aliás, atualmente na Associação Brasileira De Informação, muitos agentes torturadores da repressão prestam serviços ao governo, em uma forma de abafar um passado tenebroso, segundo comentários.

Por trás da cortina de tamancos

O José Carlos escreveu um livro no qual condenava os portugueses que vinham par o Brasil trabalhar em botequins em vez de ir para a lavoura. o livro "A cortina de Tamancos" era comprado e destruído furiosamente pela colônia portuguesa em Niterói. O fato é que Portugal fez uma boa colonização, pois usava ferramentas curtas para preservar na agricultura os microorganismos e financiava a revolta das colônias espanholas e conseguiu manter a unidade do continente brasileiro através da língua e fazendo com que a Espanha se preocupasse com as revoltas de suas colônias, deixando o Brasil de lado. Após o golpe militar, estranhamente o meu amigo escritor negou os escritos do livro, era uma época em que os órgãos de informações aplicavam a injeção do "soro da verdade" nos presos políticos que falavam o que sabiam e não sabiam.
  Nesta época o médico sanitarista de Niterói, doutor Necter Pinto, foi ao Vietnã e ficou impressionado com o fato de que uma equipe brasileira ter sido solta pelos guerrilheiros que demonstravam simpatia com a cultura do Brasil de um modo geral. Em Niterói se comentava que indústrias americanas altamente poluidoras se transferiam do Sudeste Asiático para o Brasil com o apoio do empresariado ligado ao capital internacional. O livro "Por trás da cortina de Tamancos" era muito lido pela esquerda niteroiense nesta época de conflitos internacionais e as opiniões se dividiam com relação ao tempo. Causou muita estranheza no meio intelectual a atitude do querido autor do livro. Era uma época também em que segundo especialistas, se comentava em Niterói que os militares preparavam a fabricação de uma bomba atômica.   
  Prisões eram feitas e os julgamentos dos presos políticos eram feitos nas auditorias militares, embora alguns juízes democráticos e civis conseguissem a libertação de muitos presos políticos sob o auspício de advogados como Marcelo Alencar, entre outros. Com o tempo o poder judiciário na abertura política formou um corporativismo, bloqueou contas-salários e não respeitou a Constituição Federal sob a tutela de juízes atualmente mais fascistas que os ditadores de 1964. Na Quarta Vara de Justiça Do Trabalho em Niterói existe uma prova cabal disto. O Conselho Nacional De Justiça logo criado para acabar co estas coisas, sofre pressões de causar inveja ao maior auditor militar dos idos de 1964.

O SMI e seus informantes

O Zézinho, uma figura embora esquisita, era muito culto, porém alguns esquerdistas acreditavam e desconfiavam que o mesmo era um informante dos órgãos de informação. Ledo engano, pois era um sofredor, solitário e cheio de problemas com uma cultura política enorme. Com o tempo acabaram as desconfianças e o mesmo se adaptou à comunidade anti-revolucionária. Ao receber uma herança, andou bem vestido, gastou dinheiro com as mulheres e voltou a pobreza, vivendo das atitudes solícitas dos amigos. Deu para usar drogas e infelizmente acabou morrendo enlouquecido. O SMI usava de agentes infiltrados, ao adquirir um plano de pecúlio monaval da marinha, fui chamado para ser agente na faculdade de História, tendo direito a uma pistola e identificação com porte de arma. Recusei o convite e cortei a minha inscrição como associado do Montepio.

A greve das barcas

Um dos líderes da direita jovem em Niterói era José Luís, que devido a sua simpatia e ser contra prisões e perseguições políticas, tinha um certo relacionamento com os opositores. Sendo vizinho e amigo do almirante Júlio, homem forte da marinha e do Cenimar, bem como interventor do serviço de transportes marítimos da Baía De Guanabara, foi nomeado para um cargo deste orgão. Porém, para desespero do almirante, o José Luís tomou atitudes contra-revolucionárias no trabalho e incentivou os funcionários a fazer greve para aumento salarial. Não precisa dizer que o mesmo foi sumariamente demitido pelo almirante, que no fundo não era uma pessoa de má índole ou fanático. Continuaram vizinhos e conhecidos apesar dos pesares.

A frente ampla

Luís Carlos Lacerda, um dos líderes civis do golpe militar, homem inteligente e ex-membro do PCB, procurou Leonel Brizola e João Goulart, já vencidos e derrotados, para formar uma frente ampla contra a ditadura militar. Em Niterói as esquerdas apoiaram esta atitude. Logo depois os líderes civis restantes foram caçados pela política vigente.

A expulsão dos Lacerdistas da política estudantil

No início da ditadura a política estudantil ainda sobrevivia precariamente, sendo que alguns dos opositores à ditadura eram partidários do Lacerda, que no início apoiava o golpe, porém estes jovens eram democráticos e não concordavam com o golpe militar. O Partido Comunista Brasileiro (PCB), já na clandestinidade, em reunião realizada no Centro de Niterói determinou aos seus membros para que dessem missões quase impossíveis para os Lacerdistas, que não cumprindo as mesmas seriam expulsos sob alegação de incompetência.

Explicação

Estava com problemas em meu computador e não pude fazer as postagens, mas agora estou voltando com as postagens.
                                                              Fim dos dias santificados
Na época da ditadura do general Ernesto Geisel, que era praticante do protestantismo, vários dias santificados deixaram de ser feriados, em uma aparente retalhação à Igreja Católica, que ao contrário dos ditos evangélicos, combatia abertamente a ditadura militar. Uma ala radical de oposicionistas, aproveitando esta suposição existente, apedrejou e pichou um curso de inglês localizado na Rua Otávio Carneiro, que era administrado pelo irmão do general presidente. Rapidamente o fato foi abafado e não publicado na imprensa sob censura.