Um tiro que saiu pela culatra

Durante a Ditadura, alguns presos políticos na soberba, que poderiam politizar os marginais comuns, e quem sabe no futuro os utilizarem como um tipo de "infantaria", contra o regime e as classes dominantes, que segundo eles não abriam concessões para o povo, e assim as lutas de classes se multiplicavam, politizaram e ensinaram estratégias militares e grupais para os bandidos, se criando assim o famoso Comando Vermelho que se transformou na maior organização do narcotráfico do Estado do Rio de Janeiro. Dominaram a maioria das favelas (hoje por modismo chamadas de comunidades por nossa pseudo intelectualidade), niteroinses e do Estado do Rio de Janeiro a ponto de angolanos e moçambiquenses lá residentes, oriundos das guerras de libertação na África contra os portugueses, e especialistas em técnicas de guerrilhas ensinarem as mesmas, aos traficantes que os utilizam também como armeiros.
Durante a Ditadura o voto dos "iniciados politicamentes" não foram canalizados via associação de moradores (a maioria sobre o comando do CV) para políticos oposicionistas ou muito menos esquerdistas. Hoje em dia após a abertura "nem pensar".
De início as drogas teriam sido segundo muitos analistas introduzida no país, via uma potência estrangeira por seus agentes, para assim neutralizarem os jovens politicamente. Aí o tiro também saiu pela culatra, com a criação na colômbia do quartel de Medelim sobre o comando de Pablo Escobar, futuramente fuzilado por dezenas de tiros.
Em Niterói jovens do PCB se viciaram em cocaína se tornaram até investidores na bolsa de valores numa alienação total da personalidade. O preço a pagar de muitos foi dentre outros, o suicídio, como foi o caso do líder do PCB "Galorfa" frequentador assíduo da pracinha do cinema Icaraí, reitoria e adjacências de opositores intelectuais políticos, local esse sempre observado afrontosamente pelos psicopatas do DOPS, CCC e MAC. Outros orgãos de informações civis e militares mais discretos e preparados tiveram agentes descobertos pelos estudantes querendo se infiltrar no seu meio.
Alguns estudantes largaram as drogas após se conscientizarem que as mesmas segundo eles, faziam parte de um vício decadente e burguês.
Porém as mesmas "graçaram" em Niterói como um campo e segundo orgãos internacionais em termos proporcionais durante certo tempo teríamos tido mais viciados do que Hon Kong.

A ditadura civil militar com capa democrática

O golpe militar comandado pelo General primeiro Mourão Filho contou não só com apoio dos EUA bem como de grupos nacionais temerosos que seus interesses fossem atingidos pela reforma de base do governo de Jango, que tinha em Leonel de Moura Brizola um dos seus principais líderes.
Com a implantação da ditadura a democracia foi "capiada" com o funcionamento de um congresso nacional totalmente sob controle dos militares que através do seu partido ARENA e de uma oposição controlada que era o MDB, Presidente e Governadores eram eleitos de modo indireto através do voto vinculado. O poder judiciário funcionava desde que não fosse em desacordo as suas diretrizes, pois os presos políticos eram julgados pela justiça militar exclusivamente. O caso do meu amigo Afonsinho, que após um julgamento ser aplaudido de pé pelos militares explanando o que era um verdadeiro socialismo marcou a história dos julgamentos militares no Brasil.

Na ditadura existia o poder executivo, legislativo, judiciário, e o chamado quarto poder que era representado pela Rede Globo, que tinha como Jornalista e Colunista Social um dos seus maiores porta vozes, o Ibraim Sued, uma figura detestada pela esquerda nacional, conhecido por suas posições fanáticas e de direita. Causou um mal estar muito grande em Niterói o fato de sua coluna social passar a ser publicada em jornal desta cidade, com fama de jornal de oposição. No meio jornalístico o mau estar foi generalizado, com relações cortadas. Em Niterói salvo raras exceções a oposição tinha uma prática política muito parecida com o partido governamental ARENA que era o baloarte político da ditadura.