Uma perda de tempo

Uma das coisas mais ridículas que aconteceu no meio universitário da UFF foi a discussão bizantina na qual as esquerdas defendiam no Oriente Antigo as sociedades formadas pelo modo de produção asiática e a direita defendia a existência das sociedades hidráulicas. Na época de 1970, estudantes desapareciam, juntamente com professores e se ficava perdendo tempo com um assunto que não levava à nada, somente alguns poucos professores e alunos tiveram a coragem de criticar este assunto e conseguiram botar fim a esta degladiação infantil, lembrando a ausência de colegas e alunos nos seminários, concientizando então a todos para se tornar público as perseguições políticas acontecidas.
Futuramente detalharemos estes fatos para maior compreensão.

O refúgio da esquerda, guerrilheiras prostitutas, batata-doce, aipim-manteiga e fuzilamentos sumários

O jornal A Tribuna foi vendido pela família Cruz Nunes para o jornalista Jordan Amora, oriundo do jornal Última Hora e do Jornal Do Brasil. Ficava localizada no Valonguinho, bairro do Centro de Niterói, onde atualmente funciona o Plaza e adjacências. Ao seu lado existia o Hotel Imperial Reduto De Prostitutas. No jornal frequentava e trabalhava, dentre outros, Ari Guanabara, Antonino Marques, Continentino Porto e líderes esquerdistas como Ezíquio De Araújo, líder sindical e antigo super-intendente da SERV, companhia estatal que possuía ônibus rodando em Niterói à preços assecíveis. Posteriormente a SERV foi "sucateada aos poucos" por Joaquim Lavoura e pelo general Moredes, não existiam mas hoje em dia. Pedro Rubens Mandarino era também um líder sindical que lá trabalhava sob as asas protetoras do jornal. Ao lado, fugindo da polícia, que lhe extorquiam dinheiro, vindo do Hotel com várias prostitutas, se refugiaram na redação para não serem presas. Dentre elas existia a Carla e Verônica, guerrilheiras urbanas disfarçadas e com a proteção das "colegas de trabalho".
Em Niterói existia um senhor que vindo de Pendotiba no seu burro vendendo frutas e legumes nos bares da Zona Sul, junto com ele vinha o Mário, que disfarçado de ajudante vendia clandestinamente livros censurados para os interessados, sendo os da Editora Vitória os mais procurados. Posteriormente o mesmo, segundo o dono do burro, soubemos que ele foi fuzilado por um lambretista que o chamou de traidor. No Rinque de Niterói, na sala do PCB, levantou-se a desconfiança de que um argentino simpatizante seria informante. O mesmo desapareceu e teria sido exterminado sob esta acusação de agente da CIA. O delegado Sérgio Leury, agente à serviço da revolução, posteriormente teria, anos depois, também sido jogado de propósito ao mar a partir de uma lancha e não teria sido um acidente conforme o fuzilado.
O fato é que em Niterói todos sabiam que aqueles que fossem infiltrados nas esquerdas e seus aparelhos e fossem agentes, ou acusados de traição, poderiam ter um trágico fim. Aliás, isto aconteceu no Brasil todo, e seria um caso, ou melhor dizendo, vários casos que deveriam também ser apurados por quem de direito.

Uma panfletagem atual

Hoje em dia parece em certas ocasiões que vivemos na época da ditadura, pois panfletos anônimos ainda são distribuídos reservadamente:

                                                                            "ATENÇÃO"
Em 1980, o presidente de uma poderosa nação determinou ao general Tomaz P. Williams que constituísse uma comissão de alto nível para estudar e projetar o futuro desta nação. A comissão chegou a conclusão que em 60 anos os seus recursos estariam exauridos, e se a nação quisesse continuar poderosa, teria que garantir a qualquer custo esses recursos.
Criou-se a doutrina H.K. (sigla do nome do secretário de defesa autor da doutrina)
Nela está a estratégia para a conquista das maiores jazidas de petróleo (Oriente Médio, México e Venezuela). E os recursos estratégicos como: Ferro, Bauxita, Cassiterita, Nióbio, Urânio, Manganês, Madeiras nobres e principalmente Água, terão que ser conquistados à custa de um país ao sul do Equador (Brasil).
A poderosa nação não teria problema para vencer os exércitos regulares, dado seu poderio, mas, quando ocupa os países agredidos, a população armada causa grandes prejuízos, tanto material, como em vidas humanas. Por isto, foi criado um programa de longo prazo para desarmar a população dos países alvo. Seu serviço secreto e o de uma nação do Oriente Médio tem abastecido de armas traficantes e bandidos, enquanto seus agentes, comprando a consciência de figuras importantes da sociedade do país alvo, autoridades e principalmente a mídia, lançam programas de desarmamento da população.
Meu caro leitor, você pode não ligar para esta advertência, mas você estará condenando seus descendentes à miséria e a escravidão. Caso você se importe com o fato, faça três cópias xerox e dê a três amigos. Lembre-se que você pode deixar para amanhã, pode sentir preguiça, pode não acreditar. Eles contam com isso.

                                                                                                           Um brasileiro''

Este panfleto foi distribuído em Niterói e todas as áreas políticas e sociais recentemente. 
 

O Colina Clube e as panfletagens

Na casa do famoso médico Dr. Carlos Torthelli Costa, localizado na Rua Otávio Kelly 499, no sótão funcionava um clube de bairro chamado de Colina. o presidente era o seu filho Caio, que junto com outros jovens, participava da política estudantil, sendo membro da União Renovadora Estudantil, partido que apoiava o governo de João e as reformas de base. Quando o Jornal Última Hora publicou um artigo e um manifesto estudantil apoiando os sindicalistas, Dr. Carlos Torthelli, que era um homem de bem, e um médico que realizou 5.000 partos sem a perda de vida alguma,o mesmo falou que se quisesse, poderia processar o jornal, pois todos eram menores de idade. Em uma demostração democrática, não fez nada embora apoiasse a derrubada do governo. No Clube, se jogava ping-pong, futebol de mesa e se realizavam bailes, pois era localizado em uma mansão e todos eram jovens, alegres e idealistas. Uma parte da intelectualidade juvenil do bairro era associada. Também panfletos impressos em mineógrafos a álcool, que eram de protesto contra à direita, que era distribuídos, ou melhor, jogados em pontos estratégicos de Niterói.