Nossos cinemas

Os cinemas Icaraí, São Bento, Mandal, Cassino, Grill, Cine Teatro Imperial, Éden, Odeon e Central, no qual somente se podia entrar com paletó, eram umas das versões da juventude, que chamava de "gorilas" os militares que apareciam nos jornais antes dos filmes. Documentários faziam sucesso na época ditatorial, por mais incrível que pareça, existia ainda o cinema de rua, passado nas praças e localidades onde a população levava as suas cadeiras para assistir os filmes. O documentário "Japão nunca mais", que mostrava a "americanização" dos jovens orientais dos seus costumes, até com plásticas para mudar o formato dos olhos, fez muito sucesso em Niterói. O livro "Imperialismo e angústia" de Cláudio De Araújo, no qual o autor mostrava que o nosso costume de se alimentar com calma em comércios administrados originalmente por lusitanos, com suas mesas colocadas nas calçadas, com o tradicional "cafézinho", era destruído pelo hábito de se comer rápido e em pé, em uma forma de aculturação americana para si, sendo assim mais fácil de nos dominar. Em um desses documentários, Luís Sérgio Rosa, líder estudantil, ficou de pé e sob aplausos da população de Santa Rosa, divulgou o livro do autor citado acima.