Presos na Vila Militar

Atendendo a um pedido familiar, fui sob a influência do general Goubery Do Couto e Silva, nomeado diretor do Museu Histórico Duque De Caxias, onde taquara existia a fazenda do patrono do exército brasileiro. Relutei e aceitei a nomeação como um desafio para meus ideais brizolistas. Duque De Caxias era considerada Zona de Segurança Nacional, vivíamos em plena ditadura e o coronel Renato Moreira Da Fonseca, era o interventor militar na época, e meu amigo Stéllio Lacerda, Secretário de Educação. Chegando no Museu, encontrei um urinol exposto como pertencente à Caxias, que ao ser enterrado, pediu para dois ex-escravos, levarem o seu caixão. Deu muito trabalho evitar que o utensílio colocado no Museu, com o título "pinico" fosse fotografado e publicado no Jornal Do Brasil por um repórter. Determinei a retirada do mesmo e isto evitou um mal-estar muito grande nos meios militares, que se sentiram com justa razão ofendidos. Junto com o niteroiense e museólogo Ulianov Pedrosa e com Stéllio Lacerda, fizemos um plano de preservação do Patrimônio Cultural de Caxias, que repercutiu nacionalmente.
Indo na Vila Militar, junto com o Pedrosa, o tenente Nelson, o motorista Pepê e com o advogado Márcio T.B, solicitamos via o coronel Júlio Molinas, para que o comandante general Coelho Neto, da 9ª Abrigada da Cavalaria Motorizada, cedesse um tanque usado para ficar de exposição permanente no Museu. Porém na sala em que aguardávamos o general Coelho Neto, amigo do coronel Renato, ficamos detidos e sozinhos por 10 horas, aproximadamente, sem poder sair, com civis, ou seja, militares à paisana, armados com metralhadoras portáteis. Quando o coronel Molinas apareceu, lhe falou que o advogado presente conosco e meu convidado pessoal para a reunião, era procurado pelo exército, sob a acusação de ter viciado a filha de um alto oficial da aeronáutica. Graças à interferância do Goubery e do coronel Renato, o dito cujo não ficou preso na Vila Militar, pois acompanhava pessoas da sua confiança. Foi criado um mal-estar muito grande entre o general Coelho Neto e o coronel Renato, com o tempo contornada. Me afastei do advogado e assim mesmo fui seguido muitas vezes pelo Serviço Secreto, sendo que após certo tempo, um deles se identificou comigo e falou que não tinha nada contra mim, o Pedrosa e o tenente Nelson nos Órgãos de Informações, porém me aconselhou a me afastar do advogado. Convém lembrar que o motorista Pepê ficou preso no Refeitório Dos Praças e levou um tapas ao querer sair na época da Reunião, e que o Pedrosa acabou não sendo nomeado museólogo no local. Eu continuei no cargo, era uma época muito violenta e que os membros do Movimento Negro em Niterói, queriam pintar a estátua de Caxias de preto, como protesto, convenci os mesmos a não cometer tal loucura, pois Caxias não era racista e os militares iriam atirar em quem cometesse tal desatino.
No Museu, todo dia 25 de agosto, fazíamos a comemoração da medalha do pacificador para autoridades civis e militares.

A morte dos ex-presidentes do Brasil

Ao contrário do que propaga uma parte da história oficial, os acontecimentos e fatos históricos do Brasil apresentam muitas coisas mau-esclarecidas e nossa história nunca foi tão pacífica, pois a morte de Getúlio Vargas, segundo uma amante Virgínia Lani, teria sido um assassinato, o general Castelo Branco teria o seu avião sido abatido por um caça pilotado por filho de um oficial caçado, João Goulart teria recebido uma injeção de ar nas suas veias em um hospital no Uruguai, Jucelino Kubicheck teve o carro massacrado de propósito por uma enorme carreta, Tancredo Neves teria recebido uma injeção de bactérias aplicada por homens vestidos de branco no hospital, Costa e Silva levou um tiro na barriga por não querer decretar o Ato Institucional nº 5, fruto da imaturidade política do deputado Márcio Moreira Alves, que fez com que o congresso acirrassem o ânimo das alas radicais militares. Tudo isto era falado nos meios políticos de Niterói e publicado em panfletos distribuídos "secretamente", digamos assim. Muita coisa na nossa história precisa ser revista e atualizada, de uma maneira imparcial. Após a morte de João Goulart, uns lambretistas, membros da famosa esquerda festiva, soltaram balões usados em festas juninas como protesto, ocasionando a repreensão das pessoas mais maduras, pois os fogos de artifício fora atirados em direção ao grupamento leste, o Forte De Gragoatá Do Exército, que para a surpresa geral, não tomou conhecimento de tamanha infantilidade.

Ouro para o bem do Brasil

Em uma época em que Niterói era uma cidade onde as pessoas se conheciam e as famílias moravam em casas arborizadas, com os cachorros de estimação soltos nas ruas, para passear a noite e chamados pelos donos a assovio para retornarem e que na Praia de Icaraí, os carros davam voltas, passeando nos fins de semana e que todos assistiam ao futebol de areia e o Clube De Futebol Canto Do Rio revelava famosos jogadores disputando, o Campeonato Carioca, sob o comando de Ibraim Suedes, Davinassa, Amaral Neto, Flávio Cavalcante e outros jornalistas e comunicadores a serviço do golpe militar de 1964, foi feita a Campanha Ouro Para o Bem Do Brasil, onde os patriotas deveriam doar até alianças de casamento para ajudar ao desenvolvimento nacional. Era um patriotismo imaturo e como folhinhas ao léu, não deu em nada e até hoje se questiona para onde foram as ditas toneladas de ouro arrecadadas, se é que existiram. Nos idos 60 e 70, a esquerda niteroiense, em retalhação aos cartazes colocados com as fotos dos ditos terroristas, que eram procurados pelos Órgãos De Informações, pregou fotografias de supostos informantes como procurados pela ditadura em pontos estratégicos de Niterói. Cartazes estes que foram devidamente eliminados pela Polícia, sob a tutela do famigerado DOPS, que bisbilhotava a vida de tudo e todos.
Nesta época existia uma famosa carrocinha de cachorros que recolhia os animais e os levava para o Instituto Vital Brazil, onde eram mortos caso seus donos não os procurassem. Como um dos motoristas desta carrocinha, segundo comentários, era um famoso "dedo-duro", estudantes esquerdistas e não-esquerdistas passaram a soltar os animais apreendidos e dar surras nos motoristas e funcionários municipais. Tudo era válido para se protestar. Com o tempo a carrocinha foi extinta e substituída pelos agentes da Zootecnia, que matam os animais vadios, dando cimento na comida dos mesmos, segundo se sabe. O desrespeito à vida animal e seres humanos não era privilégio da ditadura, em Niterói, no ano de 2012, sob um governo municipal dito esquerdista, os animais são largados, não tratados e menores abandonados moram nas ruas sem a ação municipal nenhuma.