A Mistificação do "Presídio" Caio Martins

Com o devido carinho e respeito para com aqueles que foram presos nos primeiros dias do Golpe Militar de 31 de março de 1964, no Caio Martins, tentado ser transformado em grande centro  de torturas, devido ao exagero, ódio contido, imaginação fértil ou vontade de aparecer, quando o sofrimento alheio, queremos esclarecer que os informantes ou agentes conhecidos usavam o capuz para esconder o rosto de conhecidos. Perante as torturas do DOPS, DOI CODI, prisões clandestinas que usavam choque elétrico, espancavam as mulheres com cassetetes e sexualmente, fuzilamentos, pau de arara, afogamentos, queimaduras nas narinas com cigarros. Em comparação o que ocorreu no Caio Martins, que segundo sobreviventes, era um hotel cinco estrelas perto dos porões oficiais ou não da ditadura em Niterói, como por exemplo, as masmorras do Forte de Santa Cruz, onde Juscelino (JK), ex-presidente foi preso.
No Caio Martins, um oficial do exército em ataque histérico com pistola em punho gritava que iria fazer justiça. Foi desarmado por Superior e ainda levou um tapa na cara. No mesmo presídio, o Coronel Paiva, comandante do 12º Batalhão, por conta própria julgou dezenas de presos e segundo documentários  o Marechal Paulo Torres, deu fim definitivo ao mesmo. O fato é que a prisão do Caio Martins, não foi estas coisas do outro mundo, apesar de errada,degradante, imoral e psicologicamente. Foram presos esquerdistas, pessoas subversivas, "os amigos" e casos até de questões pessoais, numa época do "dedurismo" geral e oficializado. Membros do PCB e sindicatos também foram lá presos, sendo que a maioria da cúpula dirigente dos que apoiavam João Goulart conseguiram escapar a tempo sendo presa a liderança menos expressiva em termos de perigo, pois não pregava a luta armada para a tomada do poder.
Os torturados e outros locais fora o decantado Caio Martins que sobreviveram ficaram com marcas físicas e psicológicas no corpo inteiro, de fácil comprovação.
Sendo amigo do professor Israel Pedrosa que reside ainda perto do Caio Martins, presenciei a prisão ao por lá passar, de muita gente humilde no Caio Martins que com certeza não eram famosos ou conhecidos na sociedade.
Frequentando reuniões do PCB, na frente ampla de apoio ao Jango, participando da política estudantil na UBES, junto com vários colegas no centro da cidade, não nos lembramos de ter visto nas mesmas reuniões, pessoas que se diz atualmente ex-membros do PCB, PCdoB, etc e etc nas reuniões lá realizadas. Declarações públicas de Aníbal Bragança que foi preso no DOPS, Dagoberto Matos (niteroiense da guerrilha do Araguaia), Ferreira (preso por envolvimento de sequestro fracassado no Santos Dumont), Aquiles Reis (do MPB 4), filho do Deputado Geraldo Reis do PCB, casado com Marta Reis, funcionária da Reitoria, presa e perseguida por ser esposa de cassado, fundadora da AFR, e também Acrísio Bastos (líder do PCB, que ficou tuberculoso nas prisões dos DOPS), bem como, das mulheres ser viciadas e estupradas nos porões da ditadura, caso dadas comprovariam a mistificação do Caio Martins, como prisão monstruosa em termos de comparação com as demais.
Daqui a pouco, só falta aparecer pedidos de indenizações a comissão de direitos humanos de perseguidos pela Ditadura (meu última hora), que no entanto no mínimo se omitiram e se julgam no direito de fazer história. Exceção dentre outras, ao digníssimo advogado Manoel Martins que foi preso no Caio Martins, e mantém até hoje nos seus 90 anos de idade a mesma postura ideológica, não negando os seus ideais na época da Ditadura (para sobreviver). Fica o registro em nome dos verdadeiros perseguidos e (desaparecidos) nos tempos mórbidos da Ditadura Militar de 1964 em Niterói.