A greve estudantil, as reformas trabalhistas, a reação dos "tubarões do ensino" pelas lideranças estudantis niteroienses

Nos dias que antecederam o golpe militar de 1964, os estudantes secundários de Niterói, que apoiávam o governo de Jango, posteriormente assassinado no Paraguai e todas as suas reformas de base,fizeram uma greve geral pelo congelamento das anuidades escolares. Foi também uma greve política com proporções nacionais, os partidos políticos estudantis (URE, dentre outros) possuiam representantes eleitos em todas as escolas, sendo filiados à UBES, FESNI e COFES. Estudantes filiados ou simpatizantes do PCB,  PCdoB e Ação Católica Popular também faziam parte dos seus quadros políticos. Os líderes eram Luíz Sérgio Rosa Lopes, Emanuel Sader, Sérgio Mauro e José Augusto Pereira Das Neves (este último eleito deputado estadual e cassado pelo golpe), presidentes da UBES, FESNI, COFES e UFE , sendo este último de cunho universitário.
Os operários navais ajudavam os estudantes na formação de piquetes grevistas nas portas das escolas. Os colégios públicos, municipais e estaduais apoiavam integralmente o movimento grevista. Os professores de um modo geral, em busca de melhores salários e politizados, também apoiavam o movimento. O jorna Última Hora dava total apoio aos grevistas e ao governo constituído, enquanto os jornais locais se omitiam ou condenavam abertamente a greve.
O colégio Plínio Leite, cujo diretor era contra o governo e o movimento estudantil, chegou ao ponto de colocar seguranças armados nas portas da escola e conseguiu com isto impedir a entrada dos estudantes navais. Como represália, as lideranças colocaram de madrugada "cola-tudo" nos portões da escola atrasando a entrada das aulas.
Posteriormente, possuindo faculdades, o professor Plínio Leite Comte Bittencourt foi eleito deputado estadual e vereador em Niterói pelo PPS (antigo Partido Comunista Brasileiro)
Quando deu uma reunião no Centro Educacional de Niterói, com a presença de líderes estudantis e políticos junto aos diretores de escolas, causou mal-estar à expulsão de um militante que  chamava os diretores de "tubarões de ensino" por parte de um dirigente do PCdoB que tentava um acordo, esquecendo que era comum palavras de ordens serem ditas em pontos estratégicos seguindo determinações político-partidárias. O Centro Educacional de Niterói era um colégio considerado neutro. Após o golpe, professores foram demitidos e alunos de tendências de esquerdistas foram convidados a se retirar.
O colégio Martim Afonso em Icaraí sofreu pressões da ditadura por ser uma escola de tendências socialistas.