Transferindo professores, Os sindicatos educacionais, o papel moderador da FESNI e o ataque do CCC

Na ditadura os professores com tendências esquerdistas ou os que caiam no desagrado das direções escolares ligadas a revolução de 1964 (que não eram poucas), tinham seu nomes excluídos da grade escolar   sobre a alegação de excedentes e eram transferidos para outras escolas, inclusive com o horário quebrado, sendo assim obrigados a trabalhar em vários colégios para cumprir a carga horária em uma época em que o pagamento demorava seis meses para ser depositado. Muitos não aguentaram a pressão e pediram demissão ou não tinham seus contratos anuais reformados, pois antes não eram estatutários. Sem falar os que tinham seus nomes entregues para o DOPS que não lhes fornecia o atestado ideológico exigido pela ditadura para se trabalhar em órgãos públicos ou autarquias.
Os sindicatos formados pela UPPE e APEN não passavam de meros clubes que nada faziam pela classe, ao contrário do futuro SEPE, que antes de virar porta-voz do PT na abertura, lutou pela classe e foi espancado várias vezes pela polícia militar do oposicionista Moreira Franco, casado na época com a professora Selina, parente direta do Amaral Peixoto, politico respeitado em todas as correntes ideológicas. Deve-se a mesma a ascensão política do Moreira Franco no Estado do Rio, onde as bases tinham compromissos e deviam favores ao Amaral Peixoto.
Antes da ditadura até início de março de 1964, a Federação dos Estudantes Secundários de Niterói, que congregavam os partidos políticos estudantis secundaristas de direita e esquerda ligados ou não ao PCB. O moderado Emanuel Sader conseguia manter um equilíbrio entre as diversas correntes.
No início do golpe, para-militares armados e encapuzados do Comando de Caça aos Comunistas invadiram a sede da entidade, no centro de Niterói, quebrando tudo, espancando os transeuntes e roubando miniógrafos e documentos.
Com a abertura política, nossas lideranças sofreram de amnesia histórica e nunca se preocuparam em refundar a FESNI, incentivando a política estudantil no meio secundarista. Os grêmios estudantis também foram esquecidos.