Um poema clandestino

O poema abaixo, de autoria desconhecida, circulava de mãos em mãos dos opositores:

                                                             Ventos uivantes
Censura,
Tortura,
Prisões...
Liberdade do canto dos pássaros,
Da natureza, dos ventos uivantes,
De um povo oprimido, sem paz...
Liberdade no sonho das árvores,
Da guerrilha...
Da paz,
Do amor,
Dos ventos uivantes...
De um povo oprimido
Com torturas,
Prisões da casta opressora vestida de verde...

Foi em uma época em que o movimento anti-comunista queria explodir uma bomba no Instituto ABEL em Niterói, para acusar os movimentos da guerrilha urbana como responsáveis por tamanha monstruosidade. Porém, segundo comentários, militares normais botaram fim a tamanha insanidade. Este comentário corria nos meios opositores e dos favoráveis ao golpe militar, que não aceitavam tal absurdo.